O processo de tornar-se terapeuta

O tornar-se terapeuta é um processo que se estende ao longo da vida, e talvez seja uma das atividades humanas que exige que se desenvolva mais atitudes pessoais do que habilidades técnicas. Por isso, não é fácil ser uma terapeuta. Acredite!

A relação terapêutica, em toda a sua complexidade vivencial, solicita que a terapeuta esteja consciente de seu processo de maturação enquanto pessoa. É importante que esta consciência sempre esteja presente.

A relação terapêutica, em toda a sua complexidade vivencial, solicita que a terapeuta esteja consciente de seu processo de maturação enquanto pessoa.

Uma vez participei de uma discussão em um grupo de estudos sobre a importância das artes na formação de terapeutas. Confesso que fiquei atraído pelas reflexões, e de pensar o quanto a arte pode ajudar no refinamento da sensibilidade, da expressão, da intuição, da presença – características caras aos terapeutas.

Depois de alguns anos trabalhando com formação de psicoterapeutas, acredito que além da arte existem outros pilares que auxiliam nestas formações: grupo de estudos; prática em atendimentos; supervisão (grupo ou individual); grupo de encontro; e a própria psicoterapia. Também por estas, não é fácil ser uma terapeuta. Acredite!

… e pensar o quanto a arte pode ajudar no refinamento da sensibilidade, da expressão, da intuição, da presença – características caras aos terapeutas.

Nem sempre será possível vivenciar todos estes espaços de aprendizagens simultaneamente, por diversos motivos. No entanto, para aquelas e aqueles que desejam seguir ou prosseguir com a tarefa de facilitação de processos humanos, será necessário uma consciência genuína sobre o próprio processo de tornar-se terapeuta.

Quando os terapeutas se apropriam do seu processo de tornar-se terapeutas, uma experiência significativa brota, e a partir daí, podem ser melhores companhias para aqueles que procuram ajuda em um momento de sofrimento.

É um trabalho muito especial. Acredite!


Comments

14 respostas para “O processo de tornar-se terapeuta”

  1. Maravilhosa leitura!! Meu processo de tornar-se terapeuta jamais seria o mesmo, sem a troca e a aprendizagem que eu recebo no grupo de supervisão e em grupos de estudo! A supervisão tem sido fundamental para a minha compreensão, e que eu me aproprie cada vez mais desse meu processo! Obrigada Wagner!! ❤️

    1. Olá Luciana!
      A supervisão é tão importante para o desenvolvimento dos psicoterapeutas, que pretendo escrever em breve um post sobre ela. Abraços!!

  2. Suzana dos Santos Santos Oliveira

    Gostei da reflexão!!! O caminho percorrido pelo terapeuta não é fácil, porém, é possível e maravilhoso quando nos percebemos do quanto somos capazes de promover uma metamorfose em nós para que possamos nos considerar e nos compreendermos como somos e, assim, desenvolver a consideração e compreensão para com o nosso cliente!

    1. Olá Suzana!
      Sem dúvidas, quando estas transformações ocorrem na psicoterapeuta, ela consegue se aproximar genuinamente da experiência dos clientes. Abraço!!

  3. Gostei muito da leveza que voce abordou tema tão complexo e profundo. Parabéns

    1. Oi Márcia!
      Sim, é um tema muito complexo… por isso, acredito que precisamos continuar pensando sobre ele. Carl Rogers abriu alguns caminhos… Abraços!!

  4. marciacarlaguimaraes

    Gostei muito da reflexão e da proposta do blog.
    Tornar-se uma psicoterapeuta é complexo e ao mesmo tempo muito libertador!
    Muito bom ter um espaço como esse! Gratidão!

    1. Oi Márcia Carla!
      Que bom que gostou e que faz sentido para você…
      Gratidão também!!

  5. Mariana Hue

    Tornar-se terapeuta parece ser algo diário! A cada dia um tantinho mais na direção da melhor escuta, da fala “mais acertada”, do olhar mais acolhedor, de tornar-se o seu melhor para cada cliente e a cada encontro. Para mim, tornar-se terapeuta e ser “o melhor terapeuta” que se pode ser, naquele momento e para aquele cliente: para cada um e para cada dia, de um jeito. O seu jeito! É preciso estar confortável nesse lugar.
    Tornar-se terapeuta é ir se dando conta disso: LIMITES e POSSIBILIDADES – a cada encontro.
    É saber que “o seu jeito de ser” não vai “dar liga” com todos que te procurarem, é saber que o processo pode ir por um caminho estranho e que será preciso olhar e cuidar disso (às vezes de uma forma bem difícil), é se perceber presente, meio que em transe, em suspenso em relação ao resto do mundo, apenas presente naquele encontro com aquela pessoa, e quando acabar, sentir, perceber, refletir sobre o que aconteceu ali.
    É não achar que está pronto, nunca!
    O grupo de supervisão faz isso com a gente, traz afago nessa caminhada. Faz a gente perceber que esse é o caminho de todos e nos apoiamos nesse caminhar.
    Obrigada, Wagner e a todos do meu grupo de supervisão! Amo!!!

    1. Oi Mariana!
      Muito bacana o seu comentário! Dá para perceber que você está cuidando deste processo de tornar-se terapeuta. Abraço!

  6. Sara Lins PE

    Eu confesso que sou sua fã e acompanho vc vai fazer um ano e não vou te deixar. É onde me alimento de conhecimento e aprendizagens. Gratidão

    1. Oi Sara!
      Também confesso que aprendo em sua companhia.
      Gratidão por estarmos juntos nesta caminhada…

  7. JAQUELINE ARAUJO SILVA

    Meu trabalho de conclusão de curso foi sobre o meu processo de tornar-me pessoa e psicoterapeuta a luz da ACP WAGNER. Pude relatar a experiencia do ser terapeuta e ser cliente, e o quanto esses dois lados são igualmente importantes.

    1. Oi Jaqueline! Que interessante! Parabéns!!

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