Gostaria de compartilhar breves reflexões sobre a clínica da urgência psicológica.
Junto da minha parceira e amiga Márcia Tassinari, iniciamos o desenvolvimento destas reflexões no XII Fórum Brasileiro da Abordagem Centrada na Pessoa, setembro/2017, em Maringá. E em 2019, organizamos e lançamos o livro: Plantão e a clínica da urgência psicológica.
Este conceito foi exposto pela primeira vez na tese de doutorado de Tassinari, onde esboça a incompletude dos tratamentos psicoterápicos e aponta o Plantão Psicológico como uma possibilidade fértil para acolher a urgência da pessoa.
O que entendemos por clínica da urgência psicológica?
Primeiro, é uma abordagem com atributos terapêuticos que pretende atender a urgência da pessoa a partir do momento em que se manifesta. É o contato/encontro inicial com a pessoa nesta condição. Segundo, a urgência é o resultado de um processo crônico ou abrupto que ocorre na experiência interna da pessoa. Quando esta urgência emerge ultrapassando o limiar do suportável, a pessoa vivencia um alto grau de desorganização.
Comumente esta desorganização psicológica provoca na pessoa sensações e/ou percepções de vulnerabilidade, ansiedade ou medo. Digamos que, o seu poder pessoal está subjugado (pelas incertezas), com o aumento significativo da incongruência entre a experiência e a consciência.
Temos aprendido que atender as urgências psicológicas quando do seu surgimento é considerar o cuidado em saúde mental desde o primeiro momento da intervenção. Porque, nestas ocasiões, o que está em jogo não é uma mudança de personalidade, mas estar atento ao momento de sofrimento da pessoa.
Neste sentido, a modalidade de atendimento chamada de plantão psicológico representa na prática estes princípios da clínica da urgência psicológica.
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